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Foto do escritorLuciana Menestrino Gonçalves

"Aquela que Não é Mãe"

Atualizado: 26 de out. de 2024



No clube de leitura “Fortalecimento Feminino” estudamos o livro “Aquela que Não é Mãe”, da escritora e roteirista Jaqueline Vargas. O livro se desdobra em poemas que dividem-se por três fases da vida da autora, aquela que queria ser mãe, aquela que é filha e aquela que não é mãe e foram escritos em tempos diferentes, em momentos aleatórios, mas que chamaram a atenção da autora pela insistência do tema, afinal mesmo como somos filhas, esperam-nos mães.


O livro nos traz palavras chaves como: acolher, empatia, escolhas, reflexão, não tem certo e errado.


Abaixo trago algumas reflexões sobre as poesias, divididas nas três fases:


AQUELA QUE QUERIA SER MÃE


  • Ela traz uma reflexão sobre o ter sem poder ser, ou seja, que adianta ter dinheiro, conquistar bens materiais e não ter com quem compartilhar, não ter herdeiros que possam dar continuidade no que construímos;

  • Quando decidimos ser mães dificilmente pensamos no filho e sim em nós, em sermos mães, em termos o filho e um dia ouvir a palavra "mamãe";

  • Quando descobriu que não podia ter filhos se sentiu derrotada, pois era um desejo muito grande, mas que ao mesmo tempo não priorizou e hoje se arrepende de não ter pensado nisso antes e aqui entra as escolhas que fazemos ou que às vezes nos impõem fazer, pois quando desperta a vontade de ser mãe é quando chegamos aos 30+, onde temos uma estabilidade financeira, mas em contrapartida o nosso relógio biológico não perdoa, que foi o caso da autora;

  • Ela reflete sobre outras maternidades, em parir outros filhos, outros projetos que não suprem o parir um filho, mas que suprem o desejo de concretizar algo no mundo, de deixar o seu legado, a sua marca no mundo de alguma forma para que outros possam usufruir;

  • A maternidade nos é imposta desde a infância, onde somos moldadas, educadas para ser mãe. Fala da autora: “Crescemos pensando que se deve amar mais a outra pessoa do que você mesma.” e quando a maternidade não acontece o amor estocado fica sufocado;

  • O mercado de trabalho nos condena quando somos mãe, pois somos vistas como aquela que não dará prioridade para o trabalho pois tem um filho; que não será tão capaz quanto um homem, sendo que a maternidade nos proporciona desenvolver tantas habilidades que nenhuma empresa nos proporcionaria;

  • A maternidade mostra realidades que não são reais, como as fotos belas das redes sociais, as propagandas ilusórias que os filhos são sempre comportados e obedientes e também que muitas mães nem queriam ser mães, mas por “n” questões acaba acontecendo e você tem que fazer aquele sorriso que tudo está bem e na maioria das vezes esse sorriso adoece;

  • Para sociedade uma mulher que não é mãe é uma mulher pela metade, como retrata a autora, uma mulher julgada e que não pode dar opinião para outras mães, pois não sabe o que é passar por aquela experiência e como se fossemos uma mulher inteira só por causa dos filhos. Entendo que sim, a vinda de um filho te completa, te realiza, mas nem todas as mulheres buscam o preenchimento dessa forma, buscam por meio de outras formas e se tornam inteiras, então nesse momento menos julgamento e mais acolhimento por parte de ambas, quem tem e quem não tem filhos;

  • O inconsciente coletivo se não for mãe nos traz que essa mulher será infeliz, vai morrer sozinha e que não terá ninguém para cuidar dela.


AQUELA QUE FOI FILHA


  • Enquanto criança a mãe construía um script da vida da Jaqueline, conforme a sociedade espera, sendo que ela não se sentia pertencente aquele mundo, sabia que podia e deveria ser diferente da vida, da história da sua mãe;

  • Ela se sentia do lado de dentro de uma vitrine, onde deveria ser boazinha, agradar, recatada, sempre bela e perfeita para que os outros a vissem dessa forma, sendo que por dentro tudo latejava e não deixava ela ser ela mesma, ou seja, agradar os outros fugindo da nossa essência, de quem realmente somos;

  • Em um momento ela se viu do lado oposto da vitrine no lugar de mãe da mãe dela, onde queria proteger, ajudar, auxiliar, refletindo que a mãe fez o melhor que pode dentro das suas possibilidades, pois ela foi mãe e também teve uma mãe, ou seja, devemos honrar a nossa ancestralidade, as histórias delas e o que não foi tão acertado, deixar ir;

  • “Todas nós carregamos, lá no longe de dentro de nós, o corpo da nossa mãe."

AQUELA QUE NÃO É MÃE


  • Não é uma doença não ter filhos, é uma escolha na maior parte dos casos;

  • O ser humano não é propriedade de ninguém, não se iluda que você terá filhos para cuidar de você na velhice, ou que estão 100% disponíveis para você, ledo engano, filhos são para o mundo, terão as suas vidas e que na maioria das vezes na vida deles não cabe às nossas, eles serão visitas na nossa casa;

  • Muitas vezes os pais com a chegado dos filhos querem ter a oportunidade de criarem a si mesmos, de viver a infância que não puderam viver e aí temos que ter muito cuidado, pois a vida desse ser humano é única e é dele e não dos pais;

  • É necessário tempo para perceber que você não é uma estrangeira por não ter filhos, que não é meia mulher e sim uma mulher inteira e que não há nada de errado comigo;

  • Um medo que pairava na cabeça da autora era o de gerar um se ser muito parecido com ela e assim não ser amada imensamente e isso sim pode acontecer, pois pela lei natural da vida como nós amamos os nossos filhos, os filhos também nos amam, mas sabemos que dependendo das circunstâncias da vida isso pode não acontecer de um lado ou de outro e isso assusta;

  • Um filho tem dois nascimentos: o primeiro quando ele nasce para você e o segundo quando ele deixa de ser você e nasce só para ele. Somos dois no começo, mas só no começo;

  • A mãe é sempre a pedra fundamental, mas sem o pai não existe a mãe. Essas duas funções que nos criam independentemente de quem assume o papel;

  • Crianças são um espelho de nós, adultos, logo não gostar delas é não gostar de si mesmo;

  • Nem todas as mulheres nasceram para ser mães e está tudo bem, respeitar essa decisão é uma forma de acolhimento, de compreensão, de sororidade para com a decisão dessa mulher;

  • Cuidar de si é maternar a nós mesmas;

  • Adultecer sendo mães e pais de nós mesmos.

Em síntese devemos acolher, perdoar, respeitar e amar as nossas escolhas, mesmo que depois entendamos que elas não foram as melhores, mas naquele momento eram, então está tudo bem e que com certeza alguma aprendizagem levamos das mesmas.


“Somos maternas. Somos paternas. Somos fraternas. Somos sororas. Somos tudo. Somos nada. Somos escolha. Não somos função. Ser mãe é escolha.”

Se identificou com o tema e quer conversar sobre, me chama inbox ou clica no link: https://linktr.ee/luinspirapessoas.


Eu sou Luciana Menestrino Gonçalves, Psicóloga e Analista Estima. Com mais de 18 anos de experiência de mercado em gestão de pessoas e atendimento a clientes/pacientes, com foco no desenvolvimento de pessoas, tanto pessoal como profissional.

Tenho como propósito profissional acolher os pacientes e por meio da terapia consigam acessar ao mais profundo do ser humano, acesso a sua essência, acesso a sua luz e a sua sombra, entendendo o porquê fazem o que fazem, gerando impacto positivo na vida dos mesmos.

Inspirar as pessoas a entregarem/encontrarem o seu melhor é prioridade na minha trajetória.


Esse e outros artigos estão disponíveis no meu Linkedin: https://www.linkedin.com/newsletters/temas-da-vida-cotidiana/.

Vem me acompanhar também por lá!

Até breve!

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